Foto: arquivo pessoal
O taxista aposentado Marino Fogliarini, 90 anos, nasceu em Dona Francisca e foi criado com os dois irmãos, Mario e Eldir. Com eles, construiu um hotel na cidade natal, que virou o negócio da família. Com o passar dos anos, Marino vendeu sua parte no empreendimento e se mudou para Cachoeira do Sul. Do casamento de mais de seis décadas com a costureira aposentada Leonora Fogliarini, 84 anos, ele teve os filhos Marco Antônio, 57, Márcia Luisa, 59, Maristela Maria, 53, Maridulce, 50. A família ficou completa com a chegada dos netos Tiago, 32, Leticia, 28, Mariana, 8, Gabriela, 6, Felipe, 28, Julia, 25, Gabriel, 19, André, 25, Carolina, 21, e dos bisnetos Sofia, 14, Beatriz, 3, e Benjamin, 1. Em 1963, Fogliarini comprou um táxi e veio com a esposa e com os filhos mais velhos para Santa Maria. Para Marco Antônio, fica a saudade de um pai atencioso.
- Ele era quieto e muito amoroso. A paixão dele era ser taxista, profissão que exerceu até 1993, quando se aposentou. O pai gostava também de curtir as tardes tomando chimarrão.
Colorado fanático, o aposentado não perdia um jogo do Internacional. Com os amigos, adorava trocar informações a respeito de futebol, um dos seus assuntos preferidos no dia a dia. Outra característica de Fogliarini é o hábito de ler. Os netos adoravam estar perto do avô para ouvi-lo falar de história, tanto do Brasil quanto do mundo. A Segunda Guerra Mundial estava entre os temas que mais estudava. De acordo com Márcia Luisa, o casamento dos pais foi um grande exemplo. Ela conta que eles eram muito apaixonados.
Inseparáveis, Fogliarini e Leonora adoravam reunir a família e não cansavam de demonstrar afeto e respeito.
- Lembro do meu pai como uma pessoa íntegra e honesta. Por ler bastante, tinha muito conhecimento, principalmente em história. O pai não falava muito, mas quando falava, ensinava com sabedoria - menciona a filha.
Para Marco, que hoje é presidente do Sindicato dos Taxistas, o pai deixa o exemplo de um profissional excelente:
- O pai era por mim e eu, por ele. Jamais vou esquecer das nossas pescarias no Rio Jacuí, quando eu era criança.
Após 23 dias internado no Hospital de Caridade, em 19 de novembro, Fogliarini faleceu, devido a uma insuficiência cardiorrespiratória. Ele foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Santa Rita.